Em 2014, um brasileiro desempregado demorava em média 6,8 meses para se recolocar no mercado de trabalho. Dois anos depois, essa média subiu para cerca de 8 meses, de acordo com estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) baseada em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E os números não param de avançar.
O tempo médio de desemprego em 2020 era de 14,3 meses, variando conforme o grau de escolaridade, segundo consultoria iDados, com base nas informações do terceiro trimestre da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Tempo médio de desemprego
| Sem instrução | 13,9 meses |
| Ensino Fundamental | 13,1 meses |
| Ensino Médio | 14,7 meses |
| Ensino Superior | 16,8 meses |
| Total | 14,3 meses |
Os motivos que levam a essa saída temporária do mercado de trabalho podem ser tanto involuntários (demissão) quanto voluntários, como uma pausa na carreira para se dedicar aos estudos ou mesmo ao cuidado dos filhos.
A questão que mais preocupa as pessoas é justamente a hora do retorno. As barreiras são ainda maiores ao focarmos em mulheres. Uma vez que estas passam por questionamentos desconfortáveis e até mesmo antiéticos a respeito de sua vida pessoal em entrevistas de emprego, especialmente quando a empresa descobre que são mães. Quem vai cuidar das crianças enquanto você estiver no trabalho? E se uma delas ficar doente? Como você vai trabalhar em casa assim?
No em março do ano passado, apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos com crianças de até três anos em casa estavam empregadas, de acordo com estudo do IBGE. A taxa é ainda menor para mulheres negras: menos da metade está no mercado de trabalho (49,7%).
Além das dificuldades relacionadas ao gênero, há também questões ligadas à base de conhecimentos. O mercado está sempre evoluindo e com ele vemos o surgimento de novas profissões, exigências de novas habilidades ou mesmo a necessidade de uma atualização (upskilling). Então como um profissional que ficou não meses, mas alguns anos fora do mercado pode melhorar o seu currículo para as empresas?
A seguir alguns passos que podem ajudar você na sua volta ao mercado de trabalho:
1. Reflita sobre sua carreira
É importante que você pense em quais caminhos gostaria de seguir na sua carreira. Compare como estava o mercado relacionado a sua profissão e se há alguma nova exigência quanto às suas habilidades técnicas. Olhe as vagas de emprego, no LinkedIn, por exemplo, e veja o que é esperado de alguém da área. A partir daí você pode ter um caminho inicial para atualizações da sua profissão.
2. Faça networking
Conversar com outros profissionais da área para conhecer melhor outras experiências e o dia a dia dos mesmos nas suas empresas. Participar de eventos e palestras também ajuda a melhorar sua rede de contatos. E pensando em investimento e sua situação financeira no momento, busca por eventos gratuitos.
3. Aperfeiçoe seus conhecimentos
Ao olhar vagas na sua área de atuação, tenha em mente a descrição de responsabilidades e atribuições; assim como requisitos e qualificações exigidas. Alguns conhecimentos servem como um adicional para as vagas, enquanto outros são essenciais para que você consiga executar suas tarefas. Faça uma avaliação do que você tem conhecimento, do que precisa estudar mais ou mesmo tenha que aprender do zero.
4. Coloque a mão na massa
Saiba mostrar como você colocou ou colocaria em prática os conhecimentos adquiridos. Em alguns processos seletivos pode ser pedido que você realize alguma atividade para conhecerem melhor seu processo de trabalho. Também há o caso de pedirem um portfólio de suas produções. Se você estiver parado há muito tempo, é bom desenvolver um case por conta própria e deixá-lo separado para ocasiões como essa.
5. Dê atenção as soft skills
Não é só de habilidades técnicas que se faz um bom currículo. Cada vez mais as empresas estão buscando candidatos que demonstrem algumas das seguintes habilidades comportamentais: capacidade de liderança, criatividade, pensamento crítico, inteligência emocional.
6. Tenha disposição para aprender
O aprendizado não tem um prazo de validade. É o que prega o conceito de lifelong learning. Demonstre aos recrutadores que você está disposto a aprender e que irá se dedicar, independentemente das habilidades que você já possui.
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